Boletos de pagamento ficaram disponíveis na web; Telexfree teve o mesmo problema
Divulgação |
Logotipo da BBom, empresa de marketing multinível suspeita de ser pirâmide financeira
Uma falha permitiu que os boletos de cobrança
da BBom com dados de seus associados fossem consultados por terceiros na
internet. Foi o mesmo tipo de vazamento ocorrido com informações de
divulgadores da Telexfree
. Ambas as empresas, que juntas tem aproximadamente 1,3 milhão de
integrantes no Brasil segundo seus responsáveis, estão bloqueadas por
decisões judiciais, sob suspeita de serem pirâmides financeiras.
Procurada, a BBom informou que a falha foi corrigida na manhã da quarta-feira (31). A empresa nega ser uma pirâmide financeira
.
O vazamento permitia que qualquer pessoa baixasse, do
site da BBom, boletos de cobrança de terceiros, sem a necessidade de
colocar alguma senha. Bastava que se fizesse uma busca pela palavra
"boleto" restrita à página da empresa.
A falha foi revelada por Manoel Netto, do blog Tecnocracia
, que também encontrou o mesmo erro no sistema da Telexfree
. "São erros muito mirins, de programador iniciante (e provavelmente é)
lidando com dados sensíveis de pessoas", diz Netto, sobre as falhas na
Telexfree e na BBom.
Nesta quarta-feira (31), a reportagem conseguiu baixar
cinco boletos em nome de cinco pessoas diferentes. O valor cobrado em
todos os casos, R$ 3 mil, é equivalente ao preço do pacote ouro, um dos
que podiam ser adquiridos pelos interessados em entrar na rede de
associados da BBom.
Diferentemente do caso da Telexfree, em que os boletos
tinham vencimentos com datas posteriores ao bloqueio judicial, todas as
cobranças da BBom são referentes a maio – a empresa só teve as contas
congeladas pela Justiça em julho.
Leia também:
31 empresas estão no alvo de força-tarefa antipirâmide
Pirâmide x marketing multinível
Braço da Embrasystem, atuante no mercado de rastreamento
de veículos e pessoas, a BBom é descrita por seus responsáveis como uma
rede de marketing multinível que, em menos de seis meses, atraiu 300 mil
associados com promessas de lucros expressivos. Grandes revendedores,
por exemplo, foram premiados com carros de luxo.
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) e o
Ministério Público do Estado (MP-GO) consideram que o negócio é uma
pirâmide financeira. Isso porque, entendem, a BBom depende das taxas de
adesão pagas pelos associados para se manter, e não da venda das
assinaturas de rastreamento.
Segundo a procuradora da República Mariane Oliveira, a BBom vende mais rastreadores do que consegue entregar
. A empresa afirma ter capacidade de atender à demanda.
Em 10 de julho, a juíza Luciana Gheller, da 4ª Vara Federal em Goiás, determinou por liminar (decisão temporária) o bloqueio das contas da Embrasystem
, a pedido do MPF-GO e do MP-GO. No dia 17 do mesmo mês, a BBom também foi impedida de fazer novos cadastros
.
O recurso da defesa está nas mãos do desembargador Carlos Moreira Alves, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) desde 19 de julho
.
Em vídeo divulgado na internet nesta terça-feira (30), o
dono da Embrasystem, João Francisco de Paulo, reiterou a legalidade das
atividades da empresa e a acusação, já feita em entrevista ao iG
, de que adversários da empresa têm plantado informações contrárias à BBom.
Fonte:http://economia.ig.com.br/2013-08-01/falha-da-bbom-permite-vazamento-de-dados-de-associados.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário