INTRODUÇÃO
Ainda se pode falar em santidade? Em santificação? Ou estas palavras
estão fora de moda? Até onde se percebe, muitos obreiros não estão mais
falando nesses assuntos, no púlpito. Parece que estamos vivendo a era da
"mundialização" eclesial. Há uma perda de identidade muito grande por
parte de igrejas, que antes eram bem conhecidas por sua liturgia,
postura, valores, cultura, história, não só em termos de usos e
costumes, mas de ética, moral e santidade. Estamos assistindo à maior
avalanche da influência do mundo sobre as igrejas, de que se tem
conhecimento.
E isso não é bom, pois o que deveria ocorrer seria
o contrário, ou seja, a influência das igrejas sobre o mundo. De
propósito, estamos utilizando o termo igrejas (no plural) e não igreja,
no singular, para que os conceitos aqui abordados não venham a ser
aplicados à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. As igrejas mudam. A
Igreja, não. Como "sal da terra" e "luz do mundo" (Mt 5.13-16), os
crentes deveriam exercer uma influência maior sobre a sociedade em que
estão inseridos. Certamente, esta influência existe e é muito benéfica,
pois são inúmeros os testemunhos de vidas transformadas pela pregação da
palavra de Deus.
Entretanto, o nível dessa influência parece
que tem diminuído à proporção que o tempo passa, e nos aproximamos
celeremente do Terceiro Milênio. A corrupção, no País, aumenta; a
depravação, também. Precisamos ser "irrepreensíveis e sinceros, filhos
de Deus, inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a
qual" resplandeçamos "como astros no mundo" (Fp 2.15). Para que isso
aconteça, precisamos de pastores santos, educadores santos, empresários
santos, professores e alunos santos, militares santos, jovens e adultos,
santos.
O Espírito Santo exorta, através de S. Pedro, que "como
é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa
maneira de viver, porquanto escrito está: sede santos, porque eu sou
santo" (1 Pe 1.13-16). Sem incorrer na generalização, que seria
injusta, pode-se ver que essa santificação "em toda a maneira de viver"
não tem sido praticada em muitas denominações, igrejas e ministérios. A
influência profana tem invadido muitas áreas da vida eclesiástica.
Na área do louvor,
o que se assiste é uma onda de imitação dos estilos mundanos, nas
letras, no ritmo, na melodia. Basta ligar o televisor, e lá está um
conjunto, integrado por moças em trajes sensuais; rapazes de brinco na
orelha, muitas vezes apresentando-se com danças e coreografias, que
produzem um efeito muito mais artístico do que espiritual sobre a
platéia. A Palavra de Deus clama por um louvor santo. Os chamados
"shows" , os "louvorzões", a nosso ver, chamam muito mais a atenção para
os cantores, grupos e bandas, do que para a pessoa quem se deveria
dirigir a adoração, que é nosso Senhor Jesus Cristo. Nota-se que existe
um verdadeiro "culto ao barulho", em que se destacam muito mais a
bateria, com os instrumentos de percussão em alto volume, em detrimento
da melodia e da mensagem aos ouvintes. Isso é imitação dos roqueiros,
que não fazem questão de que as letras das músicas sejam entendidas. O
que importa é o barulho, o ritmo. Não é à toa que o Senhor diz, através
do profeta:
"Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos" (Amós 5:23).
Na pregação,
vêem-se preletores que se esforçam para passar uma mensagem técnica,
"enlatada", preparada para ser consumida ao gosto dos ouvintes. Às
vezes, são mensagens agressivas, atacando pastores; às vezes, são
mensagens demagógicas, para agradar ao público. Será isso pregação
santa? No comportamento de muitos crentes a falta de santificação é
tanta, que já é grande a lista de pessoas evangélicas, inscrita no
Serviço de Proteção ao Crédito, por comprarem e não pagarem, em empresas
de evangélicos e de não-evangélicos, causando escândalo ao bom nome do
Senhor.
No casamento, que
deveria ser venerado por todos (Hb 13.4), há uma profanação tremenda em
muitos lares. Esposos não amam as respectivas esposas, e vice-versa,
contrariando a Bíblia. Em muitos lares, pais não amam os filhos e
vice-versa, gerando, em lares, verdadeiro campo de batalha, levando o
descrédito ao poder transformador do evangelho. O lar deve ser santo. Os
seus integrantes devem buscar a santificação (Hb 12.14), para que seja
uma continuação da igreja, e a igreja uma continuação dos lares.
Infelizmente, há mais televisores ligados, em casas de crentes, do que
Bíblias abertas. Há mais crentes assistindo programas de entretenimento
do que realizando o Culto Doméstico. Não é sem razão, que o número de
divórcios entre evangélicos está aumentando assustadoramente. É a falta
de santificação das relações conjugais, do relacionamento entre pais e
filhos, que tiram as casas da rocha e as põem sobre a areia movediça do
modernismo, do liberalismo e do relativismo. Mas, com fé na Palavra de
Deus, cremos que a orientação de S. Pedro é muito válida para a
preservação da qualidade de vida dos crentes de hoje. Ele nos exorta a
cingir os entendimentos, como filhos obedientes, e não nos conformarmos
com as concupiscências mundanas, e a sermos santos em toda a nossa
maneira de viver, ou seja, em todas as áreas de nossa vida, seja
espiritual, emocional, familiar, profissional, financeira, etc.
Assim,
falar em santidade e santificação não deve estar fora de moda. Foi, é e
será sempre uma mensagem atual e indispensável, para que os cristãos
cumpram o seu papel, como "sal da terra" e "luz do mundo", "porquanto
escrito está: sede santos, porque eu sou santo".
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MUITO BOM QUE PALAVRAS SABIAS QUE DEUS CONTINUE O ABENÇOANDO EM NOME DE JESUS.
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